Sitemeter

quarta-feira, 6 de agosto de 2008

À descoberta do silêncio

A infinita variedade de silêncios revela-se plena de sentidos.
Se escutarmos, o silêncio fala-nos acerca dos lugares e dos seres. Num mundo cada vez mais ruidoso, o valor do silêncio precisa ser redescoberto.

Nas cidades, o ruído torna-se parte integrante de toda a actividade, funciona como uma droga. O silêncio inquieta.

No nosso dia-a-dia tudo fazemos para que o silêncio não se prolongue muito tempo: daí todas aquelas discussões ociosas sobre o tempo que faz ou vai fazer, quando não há mais nada para dizer.

O silêncio é a face oculta da pessoa.

Ele possui a limitação do olhar, porque os olhos são a moldura das coisas que não dizemos.Os grandes silêncios precisam de um vasto olhar.

Podemos procurar em nós um silêncio que é serenidade. Este estado permite-nos enfrentar melhor o stress quotidiano.

O homem moderno vive enclausurado entre as burocracias, entre o aborrecimento e a distracção, produzindo muito ruído, o ser humano foge de tudo aquilo que se assemelha ao vazio, onde ele poderia, talvez, reencontrar e contemplar o seu “rosto original”.

O receio de viver o silêncio criou uma cultura superficial, que cortou com os momentos intensos onde nos deixamos flutuar nas vibrações do meio ambiente, numa espécie de osmose subtil que perpassa cada ser.

Precisamos começar a transcender esse estado, saindo do barulho à descoberta do silêncio.

O silêncio não é uma ausência de som, mas sim um desvio da atenção para sons que nos falem à alma.

1 comentário:

Memória transparente disse...

Verdadeiro.
Gostei de fazer esta leitura.
Obrigada.