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domingo, 14 de abril de 2013

Nevoeiro



Nem rei nem lei, nem paz nem guerra,
define com perfil e ser
este fulgor baço da terra
que é Portugal a entristecer
brilho sem luz e sem arder,
como o que o fogo-fátuo encerra.
Ninguém sabe que coisa quer.
Ninguém conhece a alma que tem,
nem o que é mal nem o que é bem.
(Que ânsia distante perto chora?)
Tudo é incerto e derradeiro
Tudo é disperso, nada é inteiro...
Ó Portugal, hoje és nevoeiro...
É a Hora!

(Fernando Pessoa-A Mensagem)