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quinta-feira, 3 de abril de 2014

Todos os movimentos da sensibilidade



«Todos os movimentos da sensibilidade, por agradáveis que sejam, são sempre interrupções de um estado, que não sei em que consiste, que é a vida íntima dessa própria sensibilidade. Não só as grandes preocupações, que nos distraem de nós, mas até as pequenas arrelias, perturbam uma quietação a que todos, sem saber, aspiramos.
Vivemos quase sempre fora de nós, e a mesma vida é uma perpétua dispersão. Porém é para nós que tendemos, como para um centro em torno do qual fazemos, como os planetas, elipses absurdas e distantes.»

FernandoPessoa
in Livro do Desassossego (fragmento 217)