Houve em tempos sem forma, uma fusão mordida de cristais neste basalto. Houve decerto um rio, um mar antigo, onde a pedra rolou. Houve também um sismo, e outro sismo agora cumprirá, na mão fechada, a forma prometida. Assim, exacta, a pedra se moldou.
(...) - Há um rio que flui, um rio que distribui pelas pedras os brilhos da música no teclado das nuvens e do vento. A montanha lança uma pauta de sombra sobre a terra enquanto ergue a coroa das neves eternas. E então, subindo, a música começa
3 comentários:
Muito belo este poema de Saramago.
Obrigada pela partilha. Um beijo.
A força e o tempo necessários para moldar uma pedra... o tanto que demora mas acontece. Mais cedo ou mais tarde.
Um beijinho
Bom início de mais uma semana :)
(...)
- Há um rio que flui, um rio que
distribui pelas pedras
os brilhos da música no teclado das
nuvens e do vento.
A montanha lança uma pauta de
sombra sobre a terra
enquanto ergue a coroa das neves
eternas.
E então, subindo, a música começa
Manuel Gusmão
Partilha por partilha. Obrigada.
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