Gente que não necessita
de uma única palavra que brilhe.
Gente que ri confiante e falsa
em plena noite de luto. O frio sobre os telhados
de quem ainda os possui.
Gente que não é planeta
e move-se em torno de uma estrela
de pontas negras e insidiosas. Porém, cintilante
no céu onde pairam apenas parasitas.
Gente que não necessita de poemas,
bárbaros ou não,
o poema, uma espada de balão
esgrimida pelo palhaço triste,
desempregado.
Gente mínima no assalto aos pináculos
da presunção,
os pés sujos de lodo,
o sangue inocente nas mãos.
Gente que…
Gente?...
Em volta, viçosas ervas daninhas
bailando como soturnas plumas
na floresta de todos os enganos.
Lídia Borges – Blog Searas de Versos