Deixem passar...
Havia sentinelas a guardar
A fronteira do sonho proibido.
Mas ergui, atrevido,
A voz de sonhador,
E passei
Como um rei,
Sem dar mostras do íntimo terror.
E cá vou a passar,
aterrado e sozinho,
A lembrar
O santo-e-senha com que abri caminho...
Miguel Torga, 1973