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domingo, 31 de agosto de 2008


Aquelas nuvens, que voam,
Ninguém pode pôr-lhes mão...
São como as horas que soam,
E as aves, que em bando vão...
Como a folha desprendida,
E como os sonhos da vida,
Aquelas nuvens que voam...

Aquelas nuvens que vemos,
Esses poemas aéreos,
São os sonhos que nós temos,
Nossos intímos mistérios!
São espelhos flutuantes
Das nossas dores constantes
Aquelas nuvens que vemos...

Nossa alma vai - se com elas,
À procura, quem o sabe?
Doutras esferas mais belas,
Já que no mundo não cabe...
Voando, sem dar um grito,
Através desse infinito,
Nossa alma vai - se com elas!

Antero de Quental

Imagem: www.olhares.com

2 comentários:

Ana Paula Sena disse...

Um poema lindíssimo de um português admirável!

Uma boa semana! :)

Graça Pires disse...

É bom ver aqui um poema de Antero: um poeta tão esquecido.
Obrigada pela visita e pelas palavras deixadas no meu espaço.